quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

BÍBLIA X ESPIRITISMO

Retirado do livro de Pe Jonas Abib
"Sim, Sim! Não, Não!" (páginas 77 a 82)


O livro do Deuteronômio nos traz uma palavra de ordem muito clara e concreta:

“Quando tiveres entrada na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não te porás a imitar as práticas abomináveis da gente daquela terra. Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou à invocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, teu Deus, expulsa diante de ti nações. Serás inteiramente do Senhor, teu Deus” (Dt 18,9-13).









Essa palavra de ordem termina dizendo: “Serás inteiramente do Senhor te Deus.” É porque eu e você, e também os nossos entes queridos, precisamos ser inteiramente do Senhor nosso Deus, que Ele nos proíbe a prática da adivinhação, da astrologia, da magia, do espiritismo e a evocação dos mortos. Essa é uma proibição tão clara e concreta, que é importante nos determos sobre cada uma de suas partes.

PRIMEIRO: O Senhor proíbe terminantemente a busca e a prática daadivinhação.
O Senhor nos proíbe tanto de fazer adivinhação, como de consultar os adivinhos, buscar pessoas que vêem a sorte, que lêem cartas, mãos, que fazem previsões para o futuro. Ele é o Senhor. Ele é Pai. Ele sabe por que está nos proibindo disso. Ele tem boas razões para fazer isso e o faz por amor. Se nos proíbe, é certo que o faz para nosso bem.

SEGUNDO: Ele proíbe o recurso à astrologia.
“Não haja no meio de vós quem se dê à astrologia” (cf. Dt 18,10).
Justamente porque somos inteiramente do Senhor, nosso Deus, a nossa confiança só pode estar nele. Não há como colocar a nossa confiança só pode estar nele. Não há como colocar a nossa confiança na influência dos astros e acreditar que a nossa vida seja regida por eles. Na vida do cristão não há lugar para astrologia. A nossa vida é regida por um Deus pessoal e providente. Não nos regemos pelo horóscopo, mas pela providência divina.

TERCEIRO: O Senhor proíbe toda e qualquer prática de magia.
Com toda a razão o Senhor nos proíbe, porque magia não é outra coisa senão a tentativa presunçosa de manipular forças e poderes ocultos. Na prática da magia os papéis são invertidos. Não é Deus que nos dirige com seu poder, mas somos nós que manipulamos pretensos poderes e forças ocultas para alcançar os nossos próprios objetivos. Não buscamos realizar os planos de Deus para nós e para os outros, mas estabelecemos os nossos próprios projetos e lançamos mão de todos os meios, também da manipulação de poderes ocultos, para atingir esses propósitos. É uma total inversão de valores.
A magia – e aí se inclui toda atividade de bruxos e bruxas, de feiticeiros – é uma orgulhosa pretensão de manipular poderes ocultos. É a criatura querendo assumir o lugar de Deus. É a pessoa humana tentando controlar a própria vida e a vida dos outros de acordo com os seus interesses e metas. 

QUARTO: Deus proíbe o espiritismo e a evocação dos mortos.
No livro do Deuteronômio, aparece claramente a proibição da prática do espiritismo e da evocação dos mortos:
“Não se ache no meio de ti quem se dê à magia, AO ESPIRITISMO, à adivinhação ou À EVOCAÇÃO DOS MORTOS” (Dt 18,11)
E imediatamente o Deuteronômio acrescenta:
“Porque o Senhor teu Deus ABOMINA aqueles que se dão a essas práticas” (Dt 18,12).
Repito: o Senhor abomina os que se dão a essas práticas. É forte!
Deus, que é Pai e nos ama como filhos, tem boas razões para nos proibir. Ele bem sabe que esses espíritos que se manifestam nas práticas espíritas (porque espiritismo é justamente entrar em contato com os espíritos e interagir com eles) não são os anjos que estão a serviço de Deus, mas os anjos que se rebelaram contra Deus. São espíritos malignos.
Você entendeu por que é que o Senhor nos proíbe o espiritismo e a evocação dos mortos? Você entendeu por que não podemos freqüentar esses centros e terreiros? Entendeu por que não devemos nos meter nessas questões de bruxos e feiticeiros? Nem mesmo por brincadeira? Nem mesmo por folclore? Nem mesmo sob a alegação de que se entra de “cultura afro”?
Você entendeu por que não podemos nos expor e principalmente expor nossas crianças aos espíritos malignos nas costumeiras festas das bruxas, de Cosme e Damião e de Iemanjá?

Não é sem razão que o Senhor vem hoje gritar aos nossos ouvidos o que já havia falado no livro do Deuteronômio:

“O Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a estas práticas” (Dt 18,12).

E em seguida nos mostra o porquê:

“Serás inteiramente do Senhor, teu Deus” (Dt 18,14).



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Papa Francisco: o amor do cristão não é o das novelas

“Primeiro critério: amar com as obras, não com as palavras. As palavras são levadas pelo vento! Hoje estão e amanhã já não estão”, afirmou Francisco


© ANSA/CLAUDIO PERI

O Papa Francisco afirmou hoje que o amor cristão é bem diferente do tipo de amor exibido nas telenovelas.

Em sua homilia da missa matutina na Casa Santa Marta, o Papa comentou um trecho da primeira Carta de João, quando diz que “se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós e o amor d’Ele é perfeito em nós”.

“Nós em Deus e Deus em nós: esta é a vida cristã. Não permanecer no espírito do mundo, não permanecer na superficialidade, não permanecer na idolatria, não permanecer na vaidade. Não, não. Permanecer no Senhor. E Ele corresponde-nos: Ele permanece em nós. Mas antes é Ele que permanece em nós.”

O Papa advertiu que João não fala do amor das telenovelas. “Não, é outra coisa!”.

Francisco explicou que o amor cristão é sempre concreto.

“O próprio Jesus, quando fala do amor, fala-nos de coisas concretas: dar de comer aos esfomeados, visitar os doentes e tantas coisas concretas. O amor é concreto. A consistência cristã. E quando não existe esta consistência, pode-se viver um cristianismo de ilusões, porque não se percebe bem onde está o centro da mensagem de Jesus. Não chega este amor a ser concreto: é um amor de ilusões, como estas ilusões que tinham os discípulos quando, olhando Jesus, pensavam que fosse um fantasma.”



O Papa assinalou dois critérios objetivos do amor cristão:
“Primeiro critério: amar com as obras, não com as palavras. As palavras são levadas pelo vento! Hoje estão e amanhã já não estão. Segundo critério do concreto: no amor é mais importante dar do que receber. Aquele que ama se doa... Dá coisas, dá vida, dá-se a Deus e aos outros. Ao contrário, quem não ama, quem é egoísta, sempre tenta receber, sempre tenta ter coisas, ter vantagens. Permanecer com o coração aberto, não como era aquele dos discípulos, que era fechado, que não percebiam nada: permanecer em Deus e Deus permanece em nós; permanecer no amor.”

(Com informações da Rádio Vaticano)

sources: Rádio Vaticano

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

PROTESTANTISMO E A SOBERBA


Deixando claro que não estamos falando de pessoas e sim de uma coisa que se denomina doutrina protestante.

sábado, 21 de dezembro de 2013

TESTEMUNHO IMPERDÍVEL DE CONVERSÃO DE UM EX-PROTESTANTE

TESTEMUNHO IMPERDÍVEL DE CONVERSÃO DE UM EX-PROTESTANTE


Quando me converti ao Cristianismo no dia 25 de janeiro de 2009, prometi a algumas pessoas que descreveria neste blogue aquilo que eu costumo chamar de “o meu caminho de Damasco”. Aqueles que conhecem a experiência de conversão de Paulo, que ainda se chamava Saulo — vejam o capítulo 9 de Atos —, sabem que a sua conversão deu-se quando ele estava a caminho de Damasco para prender cristãos — a imagem acima de Caravaggio chama-se “A conversão de São Paulo”.Paulo teve uma experiência singular pessoal e intransferível. Creio que todo cristão genuíno, mesmo aqueles que nasceram e foram criados em um lar cristão, tem de ter o seu caminho de Damasco em algum momento. Tive o meu na referida data.

Apesar da promessa, sempre adiei o projeto de escrever sobre a minha experiência porque acredito que deveria fazê-lo em um livro e que o espaço deste blog seria inadequado para relatar o ocorrido. A minha pretensão, entretanto, não é a de cumprir a minha antiga promessa, mas a de relatar o que chamei no título desta postagem como sendo a minha segunda conversão. Muitos já devem saber, e se não o sabiam sabem agora, que me converti ao Catolicismo. Antes, era um batista, evangélico, protestante; agora, sou um católico apostólico romano.

Antes, devo ressaltar que não tenho pretensões de converter ninguém. O meu objetivo aqui é o de registrar uma explicação da minha conversão a fim de não ter de repeti-la sempre, poupando-me de esforços desnecessários, embora tenha de confessar que ela ainda não está organizada suficientemente para que eu possa descrevê-la de maneira concisa — por isso, peço perdão, de antemão, se esta postagem apelar a digressões de modo excessivo ou se eu acabar estendendo-me em demasia. Não é a minha intenção aqui fazer uma apologética de todas as doutrinas católicas, até porque o espaço seria totalmente inadequado para tanto: precisaria escrever um livro para isso — de fato, há uma vasta literatura que já faz isso e procurarei indicar algumas leituras no decorrer deste texto não apenas para fundamentar o que digo, mas para oferecer um apoio de leitura a quem tiver o interesse sincero de conhecer a verdade.

Minha jornada ao Catolicismo, creio eu, iniciou-se em 2011. Como praticamente todos os protestantes que conheço — fui dar-me conta das proporções do anticatolicismo dos protestantes apenas muito recentemente —, conhecia o Catolicismo apenas por meio de chavões, caricaturas e espantalhos. Nunca tinha lido nada católico e só conhecia a Igreja Católica de segunda mão, a partir das críticas dos protestantes. Minha mãe, tomando conhecimento do meu catolicismo neste ano, perguntou-me certa feita: “Ué, você não dizia que tinha de ser muito burro pra ser católico?”. Sim! Eu já disse isso antigamente, quando não tinha a menor idéia de como os católicos continuavam adorando as imagens depois de um texto tão claro como o de Êxodo 20.4: “Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra” [Nova Versão Internacional (NVI) — uma tradução protestante!]. De maneira semelhante, cheguei a dizer quando era agnóstico, antes da minha conversão ao Cristianismo em 2009, que poderiam internar-me em um hospício se algum dia eu tornasse-me um cristão.

Acompanho o programa TrueOutspeak (http://www.blogtalkradio.com/olavo) do filósofo Olavo de Carvalho desde 2010. Mesmo tendo começado apenas em 2010, ouvi todos os programas desde 2006, o que são mais de 300 programas, com média de 50min de duração. O programa, que antes era semanal, passou a ser mensal neste ano. O professor Olavo chegou a anunciar o fim do programa em dezembro do ano passado, mas resolveu retomá-lo mensalmente por conta da enorme quantidade de protestos. O professor Olavo, por quem tenho imensa consideração, respeito e admiração, sempre iniciava os seus programas dizendo o seguinte: “Começamos mais uma vez invocando a santíssima Virgem Maria e o Santo Padre Pio de Pietrelcina para que roguem a Deus que nenhuma injustiça se cometa nesse programa”. Quando percebi a erudição do professor Olavo e vi que ele era católico, logo pensei: “é… ninguém é perfeito.”. Aquilo, entretanto, intrigava-me porque sabia que a última pessoa do mundo que eu diria que não estudou um assunto seria o professor Olavo. Será que ele, simplesmente, não sabia de passagens como a de Êxodo 20? Em 2011, ouvi um de seus programas citando o padre Paulo Ricardo (http://padrepauloricardo.org/). Procurei o seu site em outubro de 2011 e deixei uma pergunta que reproduzo aqui:

“Padre Paulo Ricardo, em primeiro lugar, parabéns pelo seu trabalho. Deus, com certeza, reserva o seu galardão no céu pela edificação que o senhor traz-nos com os seus vídeos e textos. Cresci na tradição protestante tradicional, para ser específico, a tradição Batista, e sempre tive uma visão bastante distorcida sobre o Catolicismo, baseada naquele catolicismo denunciado por Lutero no medievo.

Tenho tentado despojar-me do preconceito para tentar compreender melhor a tradição católica e tenho me impressionado e me surpreendido quanto mais aprendo. Tenho quatro dúvidas que gostaria que me fossem respondidas se possível.

— A primeira pergunta refere-se à reza e às repetições. Jesus, antes de ensinar como se deve orar, disse o seguinte:

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” [Mateus 6:7-8]

Se logo antes de ensinar o Pai Nosso Cristo pede que não façamos uso de vãs repetições, por que se reza com repetições?

— A segunda pergunta refere-se às imagens. O segundo mandamento diz:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” [Êxodo 20:4]

Por que, então, faz-se imagens?

— A terceira refere-se às intercessões feitas aos santos ou mesmo à virgem Maria. Paulo, diz o seguinte:

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” [1 Timóteo 2:5]

Ora, se apenas Cristo é o mediador entre Deus e os homens, por que os católicos apelam a outros mediadores, além de Cristo?

— A última refere-se à salvação. Uma das cinco solas da tradição reformada defende que o homem é justificado somente pela sua fé. Eu discordo disso, crendo que a salvação é obtida pela fé, numa conjunção com as obras. Se não fosse desse modo, o texto de Hebreus 12.14 não diria que sem a santificação ninguém verá o Senhor ou não se falaria de pecados que têm por conseqüência que não se verá a Deus. Costuma-se utilizar o argumento de que o converso, certamente, seguirá o caminho da santificação, mas acho tal argumento controverso e sem justificação. Qual a visão da Igreja Católica a respeito do assunto? Sempre ouvi dizer que ela prega que a salvação vem pelas obras.

Espero que as minhas perguntas sejam respondidas assim que possível e agradeço, desde já, a atenção dispensada.

Paz de Cristo!
Fábio Salgado”

Fiz algumas modificações na última pergunta porque na época fui impreciso, falando de “graça” em vez de fé. Não conhecia naquela época o documento assinado no dia 31 de outubro de 1999 intitulado “Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação”.

(http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-joint-declaration_po.html)

No ponto 15 dessa declaração, luteranos e católicos afirmam: “Confessamos juntos: somente por graça, na fé na obra salvífica de Cristo, e não por causa de nosso mérito, somos aceitos por Deus e recebemos o Espírito Santo, que nos renova os corações e nos capacita e chama para as boas obras”. Esse documento é muito claro. Recentemente, um pastor disse para mim que a Igreja Católica não crê que somos salvos somente pela graça. Quando eu disse que ele estava errado, ele simplesmente disse que isso era óbvio. Quando eu mencionei esse documento, ele, simplesmente, disse que não iria ler nada. Nesse momento, tenho de deixar algo claro aqui. O professor Olavo de Carvalho, no seu já mencionado programa TrueOutspeak, certa feita, disse o seguinte:

“Se o cara não estudou, não sabe, tem é que calar a boca. Eu acho que o direito de ter opinião é proporcional ao interesse sincero que você tem pelo assunto. Se você não tem interesse pelo assunto pra você sequer ler alguma coisa, por que nós devemos ter interesse em ouvir a sua opinião?”

Aqueles que conhecem o tom do professor nesse programa — o tom dele nas suas aulas é completamente diferente — devem saber que o professor não foi tão educado e polido como procuro ser — infelizmente ou felizmente (não saberia dizer ao certo). Aqui está a sua fala completa: http://www.youtube.com/watch?v=pzZNeBam6ZQ . Concordo com ele: as pessoas não estudam e simplesmente querem opinar sobre aquilo que não entendem.

Voltando à minha pergunta de 2011, recebi a seguinte resposta no mesmo dia:

“Salve Maria!
Caro Fábio,
Muito obrigado pela sua mensagem.
Sua pergunta já foi encaminhada e na medida do possível, será respondida pelo Pe. Paulo Ricardo durante o podcast “A Resposta Católica”.

Aconselho que assista os vídeos dos links abaixo:

http://padrepauloricardo.org/episodios/intercessao-dos-santos


http://padrepauloricardo.org/episodios/culto-aos-santos-e-suas-imagens

Gostaria de aproveitar a oportunidade e convidá-lo a participar dos cursos online do sitepadrepauloricardo.org e ajudá-lo nesse projeto de formação e incentivar outros a fazê-lo. Nele encontrará um vasto conteúdo para defender e ensinar a fé católica com mais firmeza e solidez.
Ajude-nos a manter este trabalho de apostolado na internet, pela formação dos católicos, por amor a Santa Igreja e sua Sagrada Tradição.
Contamos com as suas orações.
Deus o abençoe sempre.


Ad maiorem Dei gloriam
Equipe Christo Nihil Praeponere – padrepauloricardo.org ”

Os dois vídeos indicados foram o estopim para que eu percebesse que eu sabia absolutamente nada sobre o Catolicismo e que deveria dar-me ao trabalho de estudar seriamente o assunto. Infelizmente, na época, era um mero bolsista de iniciação científica da UnB e não tinha dinheiro para pagar o acesso ao site do padre Paulo Ricardo e sabia que meus pais nunca aceitariam ajudar-me a pagar cursos sobre o Catolicismo. No dia seguinte, mandei outra mensagem, angustiado com o pouco conhecimento que percebi ter:

“Padre Paulo Ricardo, o senhor poderia indicar uma bibliografia para quem quer entender o Catolicismo? Além dos documentos da igreja, do ponto de vista da Teologia Católica, quais textos o senhor recomendaria?


Abraço e paz de Cristo!”

Recebi a resposta, novamente, no mesmo dia:

“Salve Maria!
Caro Fábio,
Muito obrigado pela sua mensagem.
Recomendo que comece por estudar a História da Igreja.
Segue abaixo algumas indicações:

DUÉ, Andrea. Atlas histórico do cristianismo. Aparecida-SP: Santuário; Petrópolis: Vozes, 1999.
FRÖLICH, Roland. Curso básico de história da Igreja. 4ª ed. São Paulo: Paulus, 2005.
RATZINGER, Joseph. Compreender a Igreja hoje: vocação para a comunhão. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
BIHLMEYER; TUECHLE, Hermann. História da Igreja: antiguidade cristã. São Paulo: Paulinas, 1964.
DANIÉLOU, Jean; MARROU, Henri. Nova história da Igreja: dos primórdios a São Gregório Magno, v. 1. Petrópolis: Vozes, 1965.
PIERINI, Franco. A idade antiga: curso de história da Igreja, vol. 1. São Paulo: Paulus, 1998.
ROMAG, Dagoberto. Compêndio de história da Igreja: a antiguidade cristã, v.1, 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1949.
SESBOÜÉ, Bernard; WOLINSKI, Joseph. O Deus da Salvação. Col.: SESBOÜÉ, B. (dir.) História dos Dogmas, vol. 1. São Paulo: Loyola, 2002.
VERDETE, Carlos. História da Igreja Católica: das origens até o cisma do Oriente (1054), v. 1. São Paulo: Paulus, 2006.
DANIEL-ROPS, Henri. História da Igreja de Cristo. Tradução de Henrique Ruas; revisão de Emérico da Gama – São Paulo: Quadrante, (10 vols.), 2006.
LLORCA, Bernardino; GARCÍA-VILLOSLADA, Ricardo e LABOA, Juan María. Historia de la Iglesia Católica. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos (5 vols.), 2005.

Contamos com as suas orações.
Deus o abençoe sempre.

Ad maiorem Dei gloriam
Equipe Christo Nihil Praeponere”

Resolvi levar a sério a recomendação e comecei a estudar seriamente a história do Cristianismo e da Igreja Católica. Faço questão de ressaltar que fui respondido no mesmo dia porque já procurei corresponder-me com muitos pastores do meio cristão brasileiro, mas fui ignorado na maior parte das vezes. Creio que o estrelato deve ter subido às suas cabeças, pois consigo corresponder-me mais facilmente com filósofos estrangeiros extremamente produtivos de maneira muito mais fácil. Conto nos dedos das mãos os filósofos do exterior que deixaram de dar-me respostas. Não posso deixar de citar uma das poucas exceções, que foi o pastor Luiz Sayão, que respondeu inúmeros questionamentos meus por meio do seu programa . Até hoje estou estudando a bibliografia acima que me foi indicada.

Os cinco volumes de Llorca, García-Villoslada e Laboa, por exemplo, eu só comprei recentemente. Antes de ler e estudar essa bibliografia, já tinha estudado a história do Cristianismo da perspectiva de alguns protestantes como, por exemplo, a ”História Ilustrada do Cristianismo” de Justo L González, quando ainda não tinha sido editada em apenas dois volumes, e “Uma História do Cristianismo”, de Kenneth Scott Latourette. Lembro-me de que algo que me impressionou ao ler González foi que ele já apontava que, na verdade, a Contrarreforma começou antes da Reforma, por mais paradoxal que seja a partir dos nomes. Já na Espanha, a Igreja Católica já tinha começado várias reformas antes de Lutero. É importante dizer aqui que Lutero, de fato, estava certo em muita coisa. Havia, realmente, muitos abusos por parte do Clero. Lutero estava vivo quando o famoso Papa Alexandre VI, o Bórgia, foi eleito. Para ter a imaginação estimulada, recomendo a série “The Borgias”.

Por falar em Lutero, resolvi começar a lê-lo por conta própria (procurem os vários volumes de “Obras Selecionadas” lançadas pela Editora Sinodal). Fiquei horrorizado com Lutero. Descobri que, por exemplo, Lutero acrescentou o termo “alleyn”, em Romanos 3.28, para reforçar sua doutrina. Procurem os debates desse sujeito com Erasmo de Roterdã, por exemplo, e vejam como ele era grosseiro. As pessoas não têm o trabalho de, por exemplo, ler as 95 teses de Lutero e mal sabem que ele mesmo não era avesso às indulgências, mas apenas ao comércio de indulgências como se vê claramente na sua septuagésima segunda tese: “Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.”. Quem nunca se deu ao trabalho de ler todas as teses, pode fazê-lo aqui:

http://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm

Cresci ouvindo as pessoas dizerem que a Igreja desestimulava a leitura da Bíblia, assim como a sua tradução. Se vocês consultarem o “The Cambridge History of the Bible”, especificamente o volume 2, “The West from the Fathers to the Reformation”, editado por G. W. H. Lampe, vocês verão, por exemplo, que muito antes de Lutero, 58 anos antes, já havia a primeira Bíblia impressa no Alemão e que durante esses 58 anos os católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia — procurem, também, o livro “As diferenças entre a Igreja Católica e Igrejas Evangélicas”, de autoria do ex-protestante Jaime Francisco de Moura. Isso não foi exclusividade da Língua Alemã, mas ocorre, por exemplo, com o Espanhol, o Holandês, o Francês, em Inglês, entre outros idiomas.

Percebi que o desconhecimento era generalizado: até mesmo aqueles que se diziam ex-católicos sabiam de absolutamente nada da Doutrina Católica. O sociólogo Alberto Carlos Almeida — vejam as entrevistas dele ao Roda Viva e à Marília Gabriela — costuma apontar que os protestantes sempre foram bons na educação do povo em geral e que os católicos sempre foram bons na educação da elite — prova disso são as diferenças entre os índices educacionais de países majoritariamente protestantes e majoritariamente católicos, além do nível acadêmico das universidades católicas e das universidades protestantes. Como os protestantes baseiam-se no “Sola Scriptura”, eles estavam extremamente interessados em alfabetizar as pessoas. Foi-se, entretanto, o tempo em que os protestantes eram conhecidos pelo seu domínio das Escrituras, uma vez que há protestantes de todo tipo hoje, inclusive denominações que, incrivelmente, desaconselham a leitura da Bíblia. Ouvi recentemente um batista tradicional beirando os sessenta anos dizendo-me que nunca tinha ouvido falar do “Sola Scriptura”. Da mesma maneira, pegue uma igreja presbiteriana tradicional ou uma batista tradicional que defenda ferrenhamente que o cristão deve apenas basear-se nas Escrituras. Serão raros aqueles que terão lido a Bíblia toda durante anos de conversão. Digo isso porque os católicos são conhecidos por seu desconhecimento das Escrituras, mas creio que se levarmos em conta o conhecimento que um católico médio tem da Tradição, considerando-se que o católico não aceita a “Sola Scriptura”, e formos comparar com o conhecimento de um protestante médio acerca das Escrituras, a diferença não será tanta.

Voltando à fala de algumas pessoas que falam sobre o desestímulo da leitura da Bíblia, reproduzo aqui um trecho do livro do Jaime de Moura que já mencionei:

“João Crisóstomo (354-407 dC), doutor da Igreja, escreveu: ‘É isto que tem destruído todas as coisas: vocês pensarem que a leitura da Escritura é tarefa apenas para os monges, quando na verdade vocês precisam dela muito mais do que eles. Aqueles que se põem no mundo e diariamente são feridos têm mais necessidade da medicina. Assim, age bem pior aquele que não lê as Escrituras, supondo que são supérfluas. Tais coisas são invenção do diabo’ (Homilia sobre Mat. 2,5).

Papa S. Gregório I (+604 dC), escreveu: ‘O Imperador dos Céus, o Senhor dos homens e dos anjos, enviou suas epístolas para vós, para que aproveiteis a vossa vida, mas vós negligenciais a lê-las devidamente. Estudai e meditai diariamente sobre as palavras do vosso Criador – eu vos imploro. Aprendei o coração de Deus nas palavras de Deus, para que possais aspirar as coisas eternas, para que vossas almas possam ser despertadas pelo desejo da alegria celestial” (Epístola V,46).

S. Bernardo de Clairvaux (1090-1153 dC), doutor e padre da Igreja, escreveu: ‘A pessoa que deseja muito a Deus estuda e medita sobre a Palavra inspirada, para conhecer o que ela diz. É assim que essa pessoa certamente encontra aquele a quem deseja’ (Comentário ao Cântico dos Cânticos, Sermão 23,3).

Papa S. Pio X (1903-1914 dC), escreveu: ‘Nada poderia nos alegrar mais do que ver nossos queridos filhos criarem o hábito de ler os Evangelhos, não apenas de tempos em tempos, mas diariamente’.

Finalmente, o Catecismo da Igreja Católica declara: ‘A Igreja ‘exorta com veemência e de modo peculiar todos os fiéis cristãos… a que, pela freqüente leitura das divinas Escrituras, aprendam «a eminente ciência de Jesus Cristo» [Fil. 3,8]. «Porquanto ignorar as Escrituras é ignorar Cristo»’ [S. Jerônimo]” (CIC 133).

A proibição de que falam os protestantes, é que o Concílio de Tolosa (França) proibiu traduções da Bíblia para o vernáculo para evitar erros, proibição retirada pelo Concílio da Tarragona (Espanha) em 1233.

O Sínodo de Oxford (1408) proibiu a publicação e a leitura de textos vernáculos da Bíblia não autorizados. O mesmo se deu no Sínodo dos Bispos alemães em Mogúncia (1485), devido a confusão doutrinária criada por John Wiclef (1320-84). O Concílio de Trento (1545-1563) declarou autêntica a Vulgata latina, tradução devida a S. Jerônimo (+420) e decretou que as traduções da Bíblia deveriam conter o visto do Bispo diocesano, para se evitar abusos de tradução.

Isso aconteceu porque a Igreja exerce seu papel de zelar pela fidelidade da doutrina conf. (2 Timóteo 4, 2); (Tito 1, 13). É o que aconteceu ao contrário com os protestantes. Lutero divulgou a Bíblia para que cada um pudesse interpretar a sua maneira.”.

Estou mencionando alguns pontos de equívoco aqui porque a confusão dos protestantes acerca do Catolicismo é enorme! Nesta semana, um pastor perguntou-me se eu cria na Infalibilidade Papal. Após a minha resposta afirmativa, ele perguntou se eu achava que o Papa não pecava. Quando eu falei que era óbvio que não e que, inclusive, o Papa confessava-se toda semana, ele achou que eu estava contradizendo-me. O referido pastor disse-me que as encíclicas papais contradizem-se. Uma pessoa que não compreende nem ao menos a doutrina da Infalibilidade Papal e que não sabe que ela refere-se apenas a definições “ex cathedra” e que encíclicas não são declarações desse tipo, simplesmente, não entende em absoluto a Doutrina Católica. O que tenho visto em todos os textos com críticas ao Catolicismo que procurei, de Boettner a Aníbal Pereira dos Reis, são falsificações grosseiras. Pessoas que, definitivamente, não entenderam nada da doutrina católica, que, simplesmente, não estudaram.

Assim diz o Catecismo da Igreja Católica, que estudo todos os dias desde março deste ano:

“891 ” ‘Goza desta infalibilidade o Pontífice Romano, chefe do colégio dos Bispos, por força de seu cargo quando, na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé ou aos costumes… A infalibilidade prometida à Igreja reside também no corpo episcopal quanto este exerce seu magistério supremo em união com o sucessor de Pedro’, sobretudo em um Concílio Ecumênico[1611]. Quando, por seu Magistério supremo, a Igreja propõe alguma coisa ‘a crer como sendo revelada por Deus’[1612] e como ensinamento de Cristo, ‘é preciso aderir na obediência da fé a tais definições’[1613]. Esta infalibilidade tem a mesma extensão que o próprio depósito da Revelação divina[1614].”

[1611] LG 25; Vaticano I: DS 3074.
[1612] DV 10
[1613] LG 25
[1614] Cf. LG 25″

Vejam que o texto acima é muito restrito com relação à Infalibilidade Papal — percebam, também, que ele cita documentos da Igreja e dos Concílios. Para uma visão introdutória destes, recomendo o livro “História dos concílios ecumênicos” organizado pelo Giuseppe Alberigo. Para vocês terem uma idéia, as duas únicas declarações “ex-cathedra” em 2000 anos foram os dogmas da Imaculada Conceição (1854) e da Assunção (1950). Um bom livro para quem nunca estudou nada ter uma noção bem introdutória dessas doutrinas é o livro “Catolicismo para leigos”, de John Trigilio Jr. e Kenneth Brighenti.

São muitas as barbaridades que ouço de protestantes que, comprovadamente, não estudaram. Ouvi, também nesta semana, alguém dizendo que a Teologia Católica é feita apenas do aristotelismo. Essa pessoa, simplesmente, desconhece tanto a história da Filosofia quanto do Cristianismo, pois qualquer estudante de Filosofia Medieval e Antiga sabe que Aristóteles era muito mal visto pela cristandade, que o conhecia pouco, uma vez que o movimento de tradução das suas obras deu-se no fim do século XII. Tomás de Aquino foi o grande responsável pela incorporação de Aristóteles à teologia cristã.

Um pastor afirmou para mim que as heresias da Igreja Católica começaram com Constantino, repetindo o que todo protestante fala. Quando o acusei de desconhecimento, fui acusado de ter o costume de diminuir as pessoas. Creio que ele não fazia idéia do que eu estava falando porque apostaria todos os meus livros que ele não estudou nem 1% da literatura referente à patrologia greco-latina e siríaco-oriental.

Para vocês terem uma idéia do que eu estou falando, dêem uma olhada nos 221 volumes da patrologia latina (http://www.logos.com/product/28902/patrologiae-cursus-completus-series-latina), nos 167 volumes da patrologia grega (http://www.logos.com/product/28903/patrologiae-cursus-completus-series-graeca) e nos 18 volumes da siríaco-oriental que ainda não está completa
(http://www.logos.com/product/28982/patrologia-syriaca). Se alguma alma caridosa quiser comprar esse material para mim, ficaria muito grato.

Vamos voltar à minha história. No ano passado, uma colega minha perguntou-me, sabendo que gosto muito de ler, se eu já tinha lido Chesterton e o que achava dele. Vergonhosamente, disse que nada conhecia dele. Resolvi, então, comprar tudo o que havia sido lançado dele em Português, apenas por uma questão de facilidade de acesso, e não por eu ser monoglota, uma vez que ainda não tinha as condições que tenho hoje de importar livros, graças à minha bolsa de mestrado. O Chesterton, simplesmente, tornou-se um dos meus autores favoritos. Ele é um escritor realmente muito talentoso. Quando estava no meu terceiro ou quarto livro dele, descobri que ele era um ex-anglicano converso ao Catolicismo. Fiquei muito impressionado com aquilo e fui procurar livros dele tratando o assunto. Cheguei ao livro “Todos os caminhos levam a Roma”. Pesquisando sobre esse livro, cheguei ao livro “Todos os caminhos vão dar a Roma” do casal Hahn, que na edição mais nova foi traduzido com precisamente o mesmo título do livro de Chesterton. Por curiosidade, comprei os dois livros. O interessante é que o título original “Rome sweet home” é um trocadilho intraduzível com “Lar, doce lar”. Ninguém me recomendou o livro do casal Hahn, mas cheguei a ele por essa feliz “coincidência”.

Se você, leitor, quer entender um pouco sobre como se deu a minha conversão, leia o livro do casal Hahn, Scott e Kimberly. É um livro maravilhoso! Ele fez toda a diferença na minha vida. Ele conta a história de um casal que era presbiteriano e calvinista e que se converteu ao Catolicismo durante os seus anos de estudo de Teologia. É uma bela história. Virei um fã do Scott Hahn e saí comprando tudo o que havia dele em Português para depois comprar os ebooks dele que ainda não tinham sido traduzidos.

Depois que terminei a leitura desse livro, uma série de “coincidências” começou a ocorrer. Estava estudando Existencialismo em um curso ministrado pelo meu atual orientador, Julio Cabrera, e vimos uma série de autores católicos: Gabriel Marcel, Jackson de Figueiredo e Alceu Amoroso Lima. é bom dizer que o professor Cabrera não é religioso. Só não digo que ele é ateu porque creio que ele não gostaria de ser classificado assim por crer que não precisa posicionar-se acerca de uma questão que ele não aceita. Na mesma semana, minha namorada enviou-me um vídeo da Gabriela Rocha cantando a canção “Restless” (http://www.youtube.com/watch?v=ooQhH3AIu2A). Quando fui procurar quem era a cantora original, descobri a Audrey Assad, uma ex-protestante que se converteu ao Catolicismo. Por meio dela, cheguei ao Matt Maher, outro músico ex-protestante converso! Sem que eu fizesse esforço, encontrava uma série de conversos ex-protestantes.

Durante a minha vida toda, nunca tinha ouvido falar dessas conversões, mas apenas de ex-católicos. O meu próprio pai é um ex-católico. Agora, desafio o leitor a procurar na rede livros e depoimentos de ex-católicos que se converteram ao Protestantismo e de ex-protestantes que se converteram ao Catolicismo. Em primeiro lugar, os últimos são inúmeros. Você encontrará muitos depoimentos. Infelizmente, o material em Português não é tão vasto como aquele de Língua Inglesa.

O Jaime Francisco de Moura, que já citei, tem um livro chamado “Por que estes ex-protestantes se tornaram Católicos! Testemunhos de ex-pastores e leigos que voltaram à Igreja Mãe”. Há, também, o livro ”Homens que regressaram à Igreja” do Severin Lamping. Para quem lê na Língua Inglesa, há uma série de três livros editados pelo Patrick Madrid: “Surprised by truth: 11 converts give the biblical an historical reasons for becoming catholic”; “Surprised by truth 2: 15 men and women give the biblical and historical reasons for becoming catholic”; “Surprised by truth 3: 10 more converts explain the biblical and historical reasons for becoming catholic”. Compare o nível dos argumentos dos dois lados. Para ser sincero, nunca encontrei um protestante anticatólico que demonstrasse conhecer a doutrina católica. Ainda estou à procura desse livro porque, por enquanto, só encontro argumentos falaciosos que fazem uso de espantalhos. O padre Paulo Ricardo fala num vídeo que os protestantes, em sua grande maioria, rejeitam uma completa caricatura da fé católica (http://www.youtube.com/watch?v=1Pu0AP4VvwU). Os católicos baseiam-se, também, na Tradição. Os textos da patrologia que coloquei aqui são apenas o começo dessa Tradição. Pergunto-me quantos protestantes já leram pelo menos o Catecismo da Igreja Católica. A resposta é óbvia a partir das acusações infundadas que já demonstram ignorância apenas pelo questionamento.

Discutirei agora o que um apologista católico, também ex-protestante, chamado Dave Armstrong, chama de “o calcanhar de Aquiles do Protestantismo”, que é o “Sola Scriptura”. Essa doutrina afirma que as Escrituras são tomadas como a única regra de fé e conduta. Se existe algo que aprendi com a Filosofia Analítica, especificamente, com o Paradoxo de Russell, foi que sempre temos de considerar o critério da autorreferência. Se a Escritura é a única base de fé e conduta, pergunto-me onde está isso na Bíblia. A resposta é: não está! Mostrem-me um versículo sequer que afirme isso; pelo contrário, vocês encontrarão inúmeros textos contra a “Sola Scriptura”.

O próprio Dave Armstrong, que já citei, tem um livro chamado “100 biblical arguments against Sola Sciptura”. Eu concordo plenamente com o Armstrong e creio que se a “Sola Scriptura” for derrubada todo o Protestantismo desaba junto. Apenas isso já é suficiente para abandonar o Protestantismo a meu ver. Por isso, estou estudando um vasto material para eu mesmo escrever um livro chamado “O calcanhar de Aquiles do Protestantismo”.

Para citar apenas alguns textos sobre o assunto, há o livro “Not by Scripture Alone: A Catholic Critique of the Protestant Doctrine of Sola Scriptura”, do Robert A. Sungenis, e a trilogia “Holy Scripture: The Ground and Pillar of Our Faith” — “Volume I: A Biblical Defense of the Reformation Principle of Sola Scriptura” (David T. King); “Volume II: An Historical Defense of the Reformation Principle of Sola Scriptura” (William Webster); “Volume III: The Writings of the Church Fathers Affirming the Reformation Principle of Sola Scriptura” (David T. King; William Webster). Como vocês podem ver, esta trilogia defende o “Sola Scriptura”. Eu vou ler e estudar essas 1107 páginas de defesa do “Sola Scriptura”, fora os outros livros que estou organizando como bibliografia. Isso não é nada mais do que a minha obrigação porque isso é ter honestidade intelectual, o que está difícil de encontrar no Brasil.

Outro ponto com relação à “Sola Scriptura” é que foi a Igreja quem compilou as Escrituras. Por que os protestantes aceitam a Bíblia como ela está? Que arbitrariedade é essa? Simplesmente, não tem lógica crer que Deus inspirou quem escreveu, mas não inspirou quem ouviria a mensagem e identificá-la-ia como inspirada, como costuma dizer o padre Paulo Ricardo. Por que os protestantes aceitam a autoridade da Igreja Católica para escolher o Novo Testamento, mas não aceitam a autoridade da Igreja para escolher o cânone do Antigo Testamento? Se você quer jogar fora a autoridade da Igreja, jogue fora junto as Escrituras que a própria Igreja escolheu. Tenhamos em mente, agora, a seguinte situação: suponha que alguém me deu uma série de jornais antigos e que eu estou fazendo uma seleção apenas dos noticiários sobre assassinatos, jogando fora todo o resto. Digamos que eu tenha compilado um livro com esse material. Você não encontraria nele, pelo menos em princípio, nada que falasse de eventos que nada tivessem a ver com um assassinato. Da mesma maneira, a Igreja Católica compilou as Escrituras de acordo com a Tradição, com aquilo que ela tinha na oralidade — os métodos foram muitos, mas nos detenhamos apenas nesse quesito a título de argumentação. Vocês acreditam mesmo que haveria algo nas Escrituras que seria contraditório à Tradição e à Doutrina Católica? É muita ingenuidade pensar isso. Alguém pode questionar-me, dizendo que a Igreja Católica perverteu-se com o tempo; no entanto, sinto informá-lo de que o reconhecimento de dogmas no decorrer da história da Igreja, como a Imaculada Conceição ou a Assunção, já mencionadas neste texto, foram apenas reconhecimentos de algo que já estava presente na Igreja.

Os diversos textos dos padres apostólicos, por exemplo, comprovam todas as doutrinas católicas. Depois que me convenci de que a “Sola Scriptura” estava, realmente, equivocada, fui procurar os argumentos católicos para as suas doutrinas e fui vendo que todas têm base bíblica. Um outro apologeta ex-protestante que posso recomendar é o filósofo Peter Kreeft. Que princípio é esse que não existiu durante mais de duzentos anos enquanto os cristãos não tinham uma Bíblia compilada e que seria impossível de ser aplicado na Idade Média quando não havia imprensa, as Bíblias eram copiadas à mão e a maior parte das pessoas nem sabia ler? Teria Cristo abandonado a sua Igreja, em vez de estar com ela “todos os dias” como prometeu em Mateus 28.20, resolvendo reaparecer apenas com Lutero e os reformadores depois no século XVI?

Sempre gostei de interpretação de texto. Uma das áreas que mais estudei em Teologia foi Hermenêutica. Estudando autores como Grant R. Osborne, Kevin Vanhoozer, Uwe Wegner, Gordon Fee, Douglas Stuart, entre outros, você dá-se conta de que a metodologia para interpretar-se a Bíblia, simplesmente, não está na Bíblia. Isso é externo a ela. Envolvi-me durante muito tempo com discussões com calvinistas, uma vez que era arminiano. Percebi, em um dado momento, que, simplesmente, o embate nunca seria resolvido por meio das Escrituras: os dois lados faziam uso delas, mas tinham pressupostos de leitura distintos. Quando li pela primeira vez a Bíblia após ter estudado Descartes, fazendo uso do seu método da dúvida hiperbólica, cheguei à conclusão de que a Bíblia não poderia ser a Palavra de Deus de modo algum, pois achava que a Bíblia não poderia ter nenhum erro de nenhuma estirpe. Ainda não conhecia aos 15 anos as discussões sobre infalibilidade bíblica, inerrância etc. . Acreditei, durante um tempo, que a Ciência seria a norteadora da interpretação bíblica. Com o tempo, percebi que aquilo não daria certo e acreditei que a Lógica seria a condutora; no entanto, vi fracassar esse critério também depois de estudar a fundo. É importante ressaltar que levei a sério o estudo do Triviummedieval — Lógica, Gramática e Retórica. No medievo, era imprescindível que um teólogo estudasse isso; hoje, infelizmente, os teólogos não sabem nem escrever e compreender um texto, quanto mais saber Lógica e Filosofia — creio sinceramente que não se faz Teologia sem Filosofia.

No ano passado, usando recursos de Lógica Modal em discussões com um pastor, ele disse que Matemática tinha nada a ver com aquilo. Ele, simplesmente, desconhecia toda a literatura de Filosofia Analítica da Religião. Autores como William Lane Craig, Plantinga ou Swinburne, que qualquer estudante de graduação que estude uma introdução de Filosofia da Religião conhece, usam e abusam de ferramentas lógicas. Quando você denuncia essa inaptidão, ainda por cima, é tido por arrogante, em vez de essas pessoas serem tidas por picaretas. Enfim, o que quero dizer aqui é que percebi que se não apelássemos à Tradição da Igreja, cairíamos num vale-tudo, como de fato o Protestantismo caiu, com suas mais de 30 mil denominações, com outras mil surgindo diariamente, como indicam as estatísticas — não me lembro de onde li isso para indicar os números precisos e a fonte exata. É importante ressaltar que toda vez que se fala de “Tradição” as pessoas falam de “tradições humanas”. A própria Igreja Católica faz essa distinção. A Tradição da Igreja são “as verdades transmitidas através dos tempos pela viva Voz de Cristo na sua Igreja”. Tradições humanas “são leis feitas por homens e que podem ser modificadas.”.

O próprio Lutero, com o tempo, percebeu o seu erro:

“Este não quer o batismo, aquele nega os sacramentos; há quem admita outro mundo entre este e o juízo final, quem ensina que Cristo não é Deus; uns dizem isto, outros aquilo, em breve serão tantas as seitas e tantas as religiões quantas são as cabeças.”. [Luthers M. In. Weimar, XVIII, 547; De Wett III, 61)

"Se o mundo durar mais tempo, será necessário receber de novo os decretos dos concílios (católicos) a fim de conservar a unidade da fé contra as diversas interpretações da Escritura que por aí correm.". (Carta de Lutero a Zwinglio. In Bougard, Le Christianisme et les temps presents, tomo IV (7), p.289)

Retirei as duas citações acima de outro livro que indico: “Em defesa da Fé Católica nas questões mais difíceis”, do Alessandro Lima.

Outro ponto do qual discordo há tempos é o “Sola Fide”, como vocês podem ver na pergunta de 2011 que fiz ao padre Paulo Ricardo. Leiam Tiago. O livro é muito claro e só não enxerga quem não quer. Lutero sabia disso e por isso dizia: “A carta de Tiago é uma carta de palha, pois não contém nada de evangélico” (“Preface to the New Testament’, ed. Dillenberger, p. 19). Todo o Novo Testamento, com as suas advertências para o cristão, simplesmente, não faz sentido se as obras são conseqüências necessárias da fé. Aqui, é importante ressaltar que o católico não crê que as obras salvam. Ouvi o absurdo por parte de um pastor que os sete sacramentos serviam para a salvação. Ele, simplesmente, não sabia nem a definição de um sacramento: “um sinal sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo para santificar as nossas almas”. Aproveito aqui para recomendar o excelente livro do Leo J. Trese chamado “A fé explicada”. Para quem quer ter uma visão panorâmica do Catolicismo, é um ótimo livro. O Sungenis, que já citei aqui, tem um livro de 773 páginas chamado ”Not by faith alone: a biblical study of the catholic doctrine of justification” sobre o assunto. O livro do Trese diz o seguinte:

“Certa vez, li na secção de pequenas notícias de um jornal que um homem construiu uma casa para a sua família. Ele mesmo executou quase todas as obras, investindo todas as suas economias nos materiais. Quando a terminou, verificou com horror que se tinha enganado de propriedade e que a tinha construído no terreno de um vizinho. Este, tranqüilamente, apossou-se da casa, enquanto o construtor não pôde fazer outra coisa senão chorar o dinheiro e o tempo perdidos.
Por lamentável que nos pareça a história deste homem, não chega a ter importância se a compararmos com a da pessoa que vive sem a graça santificante. Por nobres e heróicas que sejam as suas ações, não têm valor aos olhos de Deus.”.

Vejam que as obras isoladamente, sem a Graça, não servem para nada! Agora, quantos de vocês já ouviram pessoas repetindo que a Igreja Católica crê que as pessoas são salvas pelas obras? Leiam o documento que mencionei neste texto sobre a justificação para vocês entenderem melhor o que a Igreja Católica entende sobre a questão.

Estudando cada vez mais a Doutrina da Igreja Católica, senti-me extremamente solitário: afinal, estava chegando a várias conclusões apenas por meio do estudo, sem interagir com ninguém que pudesse ajudar-me. Comecei a orar a Deus pedindo ajuda. No dia 24 de maio, fui participar de uma reunião com um grupo de Brasília que pretendia iniciar estudos sobre o Conservadorismo. Quando apareci na reunião, estava lá apenas o Felipe Melo, autor do blog “Juventude Conservadora da UnB”
(http://unbconservadora.blogspot.com.br/).

Sabia que o Felipe tinha se tornado católico, se não me engano, em 2011. Como estávamos só nós dois, acabamos conversando e disse a ele que estava em uma jornada de conversão ao Catolicismo. Ele disse-me que logo depois da reunião ele iria ao CEAC (http://www.ceacdf.org.br/), um centro católico da Opus Dei. Fiquei meio assustado e disse a ele que o que eu conhecia da Opus Dei vinha dos livros do Dan Brown. Ele logo tranqüilizou-me, dizendo que não encontraria pessoas mutilando-se lá e nem sangue espalhado pelo chão. Fiquei, também, mais tranqüilo porque sabia que o próprio Scott Hahn é da Opus Dei, por meio do seu livro sobre o assunto chamado “Trabalho ordinário, graça extraordinária”. Chegando lá, gostei bastante do ambiente. Fui muito bem recebido e acolhido. Ele falou-me do padre Rafael Stanziona de Moraes, cujo livro “Por que confessar-se” recomendo fortemente: o meu entendimento da confissão mudou completamente depois dessa leitura. O Felipe disse-me que o padre Rafael era formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, em Física pela mesma Universidade, que tinha sido professor do IME aos 21 anos, que havia feito mestrado em Matemática e que tinha se doutorado em Teologia Moral pela Universidade de Navarra. Fiquei muito empolgado ao saber disso porque eu mesmo iniciei minha vida acadêmica na Física, fui para a Matemática e terminei na Filosofia. Ainda por cima, estava estudando uma série de textos sobre Teologia Moral. O Felipe disse-me que ele tinha um acompanhamento com o padre Rafael e eu disse que gostaria de fazer o mesmo. Isso ocorreu em uma sexta-feira. Marquei, então, um encontro com o padre Rafael para a terça seguinte.

Antes de continuar a história, outra razão que me levou ao Catolicismo foi a questão da Moral. No ano passado, por meio de discussões com o professor Julio Cabrera sobre a sua Ética Negativa, após uma série de conferências que fui na UnB, comecei a interessar-me por Ética. Sempre fui uma pessoa mais teórica, meu principal interesse na época era Lógica e Filosofia da Linguagem. Nunca achei que fosse ter interesse em estudar Ética, o que hoje me parece absurdo. Só fui ter aulas pela primeira vez com o professor Cabrera, por quem já tinha admiração desde 2007 — cito ele no meu antigo flog: (http://www.fotolog.com.br/fabiosal/23552538/) — no primeiro semestre de 2011.

O professor Cabrera, embora eu tivesse dito a ele que nunca tinha estudado nada de Ética e nem feito a disciplina, que fui fazer no meu último semestre na graduação, nunca me desprezou. Pelo contrário, chegou a escrever um texto respondendo questões que tinha feito a ele http://pt.scribd.com/doc/98045319/ACERCA-DO-CARATER-CONTINGENTE-DA-ETICA-NEGATIVA-Julio-Cabrera . Ainda estou devendo uma resposta a ele. Digo isso porque já tive a experiência de pessoas acreditarem que o seu diploma é uma razão suficiente para que se tenha alguma autoridade, desprezando quem não tenha um. O filósofo Olavo de Carvalho, que mencionei aqui, não tem diploma e é, simplesmente, a pessoa mais culta que já conheci. O professor Cabrera sempre me tratou com igualdade em todas as discussões que já tive com ele — e olha que não foram poucas. Meus argumentos sempre foram tratados enquanto argumentos a despeito do fato de eu ter um diploma na época ou não, do fato de ele ter muitos mais anos de estudo que eu, ser muito mais culto ou pelo fato de eu nunca ter estudado Ética. Curiosamente, quando fui fazer oficialmente o curso de Ética, que infelizmente não fiz com o professor Cabrera, dei-me conta de que aprenderia nada nele porque tinha aprendido muito mais por meio das discussões com o professor Cabrera.

Na época, fui convencido de que a procriação seria imoral, como o professor Cabrera defende a partir da sua Ética Negativa, mas o interessante é que os seus argumentos não dependem do seu sistema ético particular. Durante muito tempo, defendi que a procriação seria imoral e cheguei a convencer outras pessoas, incluindo a minha própria namorada. Um argumento do padre Paulo Ricardo, entretanto, foi crucial para mudar o meu pensamento. Ele dizia que uma pessoa que se questiona sobre o número de filhos já não está pensando a partir de uma cosmovisão cristã, uma vez que toda a Bíblia mostra os filhos como sendo bênçãos, e uma questão que sempre me incomodou a partir daquilo que vejo em outras pessoas sempre foi a questão de elas dizerem-se cristãs defendendo pontos completamente absurdos quando se tem em vista o Cristianismo. Enfim, comecei a buscar literaturas que discutissem a Ética Cristã. Para a minha surpresa, encontrei quase nada produzido entre os protestantes e uma vasta discussão entre os católicos. Tomás de Aquino, Santo Afonso de Ligório, Dietrich von Hildebrand, Bernhard Häring, Servais Pinckaers, Martin Rhonheimer, o próprio Alasdair MacIntyre, que é um filósofo bastante conhecido, Jacques Maritain, entre muitos outros. Todos eles católicos! Fiquei impressionado com toda a discussão moral desses autores.

O que me impressionou também foi que várias conclusões a que cheguei em termos de Ética pensando sozinho já eram defendidas pela Igreja Católica. Não foi apenas a Teologia Moral católica que me impressionou, mas a sua Teologia de modo geral. Teólogos como Henri de Lubac, Bernard Lonergan, Hans Urs von Balthasar, Reginald Garrigou-Lagrange, Jean Daniélou, o próprio Ratzinger, o Papa João Paulo II, com a sua Teologia do Corpo maravilhosa, entre muitos outros são de um nível altíssimo. Quando você estuda esses teólogos e passa para um teólogo protestante, a diferença de nível é realmente gritante.

O Scott Hahn já tinha apontado para uma questão no “Todos os caminhos levam a Roma” que me fizeram ter cuidado com a questão litúrgica. Li dois livros dele sobre o assunto: “O Banquete do Cordeiro” e “A Sagrada Escritura no Mistério da Santa Missa”, organizado junto com o Flaherty. O Scott relata no seu livro sobre a sua conversão, as diferença entre a missa e um culto evangélico. Eu sabia que não encontraria um coro todos os domingos com várias vozes como eu tinha na minha igreja antiga. Sabia que não teria um órgão imponente como havia na minha igreja batista. Sabia, entretanto, que os católicos criam na transubstanciação, presença real de Cristo na Missa, e que ela toda tinha uma razão de ser que o Scott Hahn explica muito bem. Depois da explicação dele, não vejo, por exemplo, como entender o Apocalipse sem a Missa — na verdade, é Apocalipse que explica a Missa. Só fui à minha primeira Missa depois de ter certeza de que eu entenderia o que está acontecendo nela em termos litúrgicos. No dia 16 de junho, fui à minha primeira missa na Paróquia São Pedro de Alcântara. Tinha dito ao padre Rafael que a minha antiga Igreja costumava ter um culto muito cuidadoso e que gostaria de freqüentar uma paróquia que tivesse cuidado com a liturgia. Dentre as duas que ele indicou-me, essa era a que ficava mais perto de casa. Foi emocionante ver na Missa tudo aquilo que eu tinha estudado. Vi com os meus próprios olhos como os católicos respeitavam as Escrituras — o Scott Hahn já tinha explicado que se você for às missas todos os dias durante três anos você escutaria toda a Escritura na Missa, diferentemente dos cultos evangélicos nos quais o pastor prega o que quiser. Já tinha ouvido falar dos milagres eucarísticos, mas tive a oportunidade de presenciar um milagre durante uma Missa no dia 16 de junho na minha própria vida. Isso eu contarei algum dia quando escrever melhor sobre a minha conversão em algum livro. Como dizia Tomás de Aquino, “contra fatos, não há argumentos”.

Uma pessoa que também me ajudou bastante foi um professor meu com quem, também, tive a primeira aula no primeiro semestre de 2011, chamado Scott Randall Paine. Coincidentemente, o professor Scott, que é outra das pessoas mais cultas que já conheci, é um especialista na obra de Chesterton. Ele fez o seu doutorado sobre Chesterton — “Chesterton e o universo”. No ano passado, fiz dois cursos com o professor Scott sobre Filosofia Oriental. No segundo semestre, o professor emprestou-me um livro que estava carimbado como “Rev. Scott Randall Paine”. Eu perguntei a ele sobre o “Reverendo” e ele disse-me que era padre. Até então, eu não sabia. Contei várias das minhas dúvidas sobre o Catolicismo ao professor Scott e ele ajudou-me com várias delas. Outra coisa que me impressionou muito no Catolicismo é algo que já tinha me impressionado nos meus estudos de religiões orientais: todas elas tinham costumes que envolviam toda a dimensão humana, seja física ou mental. O Protestantismo era muito abstrato quando comparado às grandes religiões — nunca achei que fosse reclamar de excesso de abstração. O Catolicismo possui toda uma dimensão ascética e mística — não confundam com esoterismo! Recomendo o excelente “Compêndio de Teologia Ascética e Mística” do pe. Tanquerey — que não existe no Protestantismo. A minha vida de santificação tem se tornado mais fácil e, por incrível que pareça, o próprio entendimento de várias doutrinas católicas ajudam na sua vida espiritual. Eu seguiria o Catolicismo mesmo que me fizesse mal porque sei que é verdadeiro, mas nunca me senti tão bem na minha vida. Sempre ouvi falar de uma felicidade que o Cristianismo deveria produzir, mas só tenho descoberto essa felicidade depois da minha descoberta do Catolicismo. Deus tem colocado na minha vida pessoas realmente comprometidas com a Sua Palavra e que são extremamente piedosas e, como se já não bastasse a sua piedade, além do mais, conhecem bastante as Escrituras e a Tradição da Igreja Católica.

Não posso deixar de citar um grande amigo que conheci pelo Facebook, que é o Arthur Olinto, que está passando por uma experiência bem parecida com a minha. Temos planos de escrever um livro sobre a nossa conversão ao Catolicismo. Na semana passada, conheci o padre da paróquia que estou freqüentando: tinha marcado um dia para conversar com ele. Expliquei ao padre Givanildo sobre a minha conversão e, para a minha alegria, soube que a paróquia tinha um coral. No mesmo dia, em uma quarta-feira, fui ao ensaio e reconheci a lindíssima “Cantique de jean Racine” de Fauré no ensaio. Gosto muito de música e temia que não tivesse a oportunidade de usar o meu dom na Igreja. Até nisso Deus foi bondoso comigo. Ouvi, um dia desses, um comentário malicioso de que as missas são sem graça quando comparadas ao cultos protestantes. Penso que a pirotecnia, o espetáculo e a pompa costumam ser inversamente proporcionais àquilo que realmente tem importância. Quando, por exemplo, um artista precisa de mil bailarinos, fogos de artifício e efeitos especiais, é porque o seu talento não é suficiente para despertar o interesse do ouvinte. Qualquer semelhança com a diferença entre o minimalismo das missas católicas e a grandiloqüência dos cultos protestantes não é mera coincidência.

Para terminar, tenho sofrido uma perseguição e uma incompreensão por parte dos protestantes que nunca cheguei a sofrer quando me declarava ser um agnóstico. Creio que a razão principal deve ser porque a maior parte das pessoas nem sabia do que se tratava ser um agnóstico, enquanto o espantalho do Catolicismo está pronto para ser queimado: afinal, não é todo mundo que vai dar-se ao trabalho de estudar os documentos eclesiásticos, a patrologia e a patrística, os textos dos doutores da Igreja etc. Tenho tentado não reagir ao anticatolicismo dos Protestantes com um antiprotestantismo; no entanto, tem sido difícil. Já cheguei a ouvir que “o Diabo está batendo palmas” diante da notícia da minha conversão. Não tinha a noção de que as pessoas fossem tão intolerantes. Sinto-me confortado pelas palavras de Tomás de Kempis:]

“Cristo teve adversários e difamadores; e você quer ter todos os homens por amigos e benfeitores seus? [...] Viver pacificamente com pessoas difíceis, e perversas, ou indisciplinadas, é uma grande graça e um feito muitíssimo louvável e corajoso. Não obstante, toda nossa paz nessa vida miserável consiste mais em sofrimento humilde do que em não sentir as adversidades. Seja forte com Cristo, e por Cristo, se você deseja Reinar com Cristo.”.

Tenho constatado na prática o que disse certa feita Pio XII:

“os homens [...] facilmente procuram persuadir-se de que seja falso ou ao menos duvidoso aquilo que não desejam que seja verdadeiro.”.

As pessoas, infelizmente, estão pouco interessadas na verdade, por mais que saibam que no Cristianismo a verdade é Cristo. Conheço, ainda, muito pouco do Catolicismo se eu for comparar a outras coisas que já estudei: afinal, descobri todo um mundo que nunca havia explorado. Quanto mais estudo, no entanto, mais tenho a certeza de que a Igreja Católica tem sido desde sempre o depósito da fé cristã e que Cristo nunca abandonou a Sua Igreja, mas sempre esteve com ela.

Fonte: fabiosalgado.blogspot.com.br

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A BÍBLIA DIZ QUE NÃO SE PODE FAZER ORAÇÕES REPETIDAS?

A BÍBLIA DIZ QUE NÃO SE PODE FAZER ORAÇÕES REPETIDAS?


Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes. Em seguida, Jesus ensina o Pai-Nosso.
Diga, por favor. Quem dera se as pessoas deste mundo ao invés de repetir os mesmos pecados, repetissem orações. Na verdade, a chave para entender esta passagem não está na palavra repetições, mas na palavra vãs. Entende A oração do terço se baseia na repetição de Ave-Marias e Pais-Nossos, mas jamais tais orações serão vãs, ou seja, despropositadas e orgulhosas, se devidamente proferidas. Logo após essas palavras, Jesus ensina o Pai-Nosso, dizendo portanto, orai desta maneira. Tal exemplo de oração foi absorvido pelo povo que a escutou e, sem dúvida alguma, repetida diversas vezes, ao longo de toda uma vida e ao longo de toda a vida da Igreja Cristã. Jesus queria, com estas palavras, alertar mais uma vez o povo contra os que pretendiam atrair a atenção dos homens, em detrimento a Deus. São os fariseus, que gostavam de alardear sobre suas virtudes de oração e jejum, enquanto tinham no coração uma piedade falsa. Na devoção judaica, a oração de súplica era muito importante e os discípulos de Jesus são exortados a não confundir quantidade com qualidade (v.7). Como Pai amoroso, Deus conhece as necessidades de seus filhos antes mesmo que eles façam seus pedidos, mas ele quer que eles peçam com fé e confiança (v.8). Na súplica, mais do que informar Deus de alguma situação, expressamos nossa dependência e nossa fé
Portanto, não há porque considerar como vãos o Pai-Nosso ou a Ave-Maria somente porque são repetidas. O que Deus enxerga é a postura do coração ao recitá-las, e não a postura do ego de quem repete.
São Paulo nos diz para orar sem cessar (cf. 1Ts 5,17) e que nós oremos sempre e por tudo (Ef 5,20). Como, então, fazer isso Segundo algumas versões, foi praticando exatamente este orai sem cessar que nasceu o terço. Nos mosteiros antigos praticava-se a leitura de todos os salmos, todos, ao longo de um dia inteiro. Assim os monges poderiam orar sem cessar. Entretanto, ao longo dos anos, os salmos foram sendo substituídos pela Ave-Maria, posteriormente intercalando-se a oração do Senhor. Como existem 150 salmos, a substituição gerou 150 Ave-Marias, ou seja, um rosário. Qualquer oração que seja, dita com piedade, perseverança, amor e fervor, será bem aceita, seja ela repetida ou não, porque não será vã. Entendeu?
Vejamos, também, que, em comparação, muitas igrejas protestantes que possuem um ritual litúrgico, como os luteranos, anglicanos, metodistas, e alguns presbiterianos, possuem livros de orações, repetidas à semelhança dos católicos, como o Credo Niceno entre outros. Inclusive existem luteranos que rezam um terço adaptado. Sem contar, também, as expressões de louvor, repetidas à exaustão, de quase todos os protestantes neopentecostais (Aleluia! Glórias a ti, Senhor!, etc). Não creio que eles, que gritam sem cessar tais expressões, consideram isto como vã repetição. Outro exemplo de repetição de uma oração está no Salmo 136. Leia e conte quantas vezes aparece o verso porque o seu amor é para sempre. O que desagrada a Deus não é a repetição da oração, mas como ela é feita.
Enfim, podemos concluir que uma leitura rápida e literal da Bíblia pode levar a desfechos indesejados. Não, não é uma vã repetição rezar o terço, não é uma vã repetição rezar o Pai-Nosso, não é vã a repetição que se faz de coração aberto, sincero e piedoso.
Para terminar, deixo uma exortação de São João Crisóstomo: Nada se compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza.

Fonte: http://www.veritatis.com.br/

CONSTANTINO FUNDOU A IGREJA CATÓLICA?

CONSTANTINO FUNDOU A IGREJA CATÓLICA?


Após a morte do imperador Galério o poder ficou dividido entre Maxênico que se intitulou imperador; e Constantino, aclamado como imperador pelos soldados. Os dois ambicionavam pelo poder absoluto, tal luta se encerrou no dia 28 de outubro de 312, com a vitória de Constantino junto à Ponte Mílvia. Ocorre que Constantino viu no céu uma cruz com a inscrição "In hoc signo vinces" - "Com este sinal vencerás" - este foi um marco para sua conversão, que não se deu de uma hora para outra, foi batizado somente em 337, no fim de sua vida.
Em 313 deu liberdade de culto aos cristãos com o chamado Edito de Milão : "Havemos por bem anular por completo todas as retrições contidas em decretos anteriores, acerca dos cristãos - restrições odiosas e indignas de nossa clemência - e de dar total liberdade aos que quiserem praticar a religião cristã". Era Papa Melcíades, que se tornou São Melcíades, o 32º Papa, tendo Pedro como o 1º. Assim não há que se falar que Constantino é o fundador da Igreja de Cristo, ele apenas deu liberdade aos cristãos, acabando com dois séculos e meio de perseguição e martírio.

Então quem fundou a Igreja Católica?
Foi o próprio Senhor Jesus Cristo.

A palavra igreja deriva de outra palavra grega que significa assembléia convocada. Neste sentido a Igreja é a reunião de todos os que respondem ao chamado de Jesus:

"...ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10,16).

Jesus Cristo tinha intenção de fundar uma Igreja, a prova bíblica de sua intenção, encontramos em (Mt 16,18): "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

Outras passagens são também importantes para constatarmos o propósito de Jesus em fundar a Igreja:

A escolha dos doze apóstolos:
- Depois subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a Ele. Designou doze entre eles para ficar em sua companhia". (Mc 3,13-14).

- A escolha precisa de doze apóstolos tem um significado muito importante. O Senhor lança os fundamentos do novo povo de Deus. Doze eram as tribos de Israel, surgidas dos doze filhos de Jacá; doze foram os apóstolos para testemunhar a continuidade do Plano de Deus por meio da Igreja.

A Última Ceia
- "Tomou em seguida o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este é o cálice da nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós..." (Lc 22,19-20).

- Assim como era costume para os judeus, Jesus também reuniu os seus apóstolos para celebrar a páscoa. Durante esta cerimônia foi celebrada a última ceia. Jesus se apresenta como o novo e verdadeiro cordeiro, dá aos seus seguidores o alimento do Seu corpo e sangue.

- As palavras "fazei isto em memória de mim" apresentam o distintivo do novo povo de Deus. Deste modo, a última ceia passou a ser o alicerce e o centro da vida da Igreja que estava nascendo. Afinal, por meio da ceia o Senhor se torna de um modo mais forte presente entre o seu povo.

- E, finalmente, segundo Santo Agostinho, a Igreja começou "onde o Espírito Santo desceu do céu e encheu 120 pessoas que se encontravam na sala do Cenáculo". O derramar do Espírito, em Pentecostes, foi como a inauguração oficial da Igreja para o mundo.

Estamos vivendo um momento do cristianismo onde muitas igrejas são criadas a cada momento

Os luteranos foram fundados por Martinho Lutero em 1524.

Os anglicanos pelo rei Henrique VIII em 1534, porque o Papa não havia permitido seu divórcio para se casar com Ana Bolena.

Os presbiterianos por John Knox em 1560.

Os batistas por John Smith em 1609.

Os metodistas por John wesley em 1739 quando decidiu separar-se dos anglicanos.

Os adventistas do sétimo dia começaram com Guilherme Miller e Helen White no século passado.

A congregação cristã do Brasil fundada por Luigi Francescom em 1910.

As assembléias de Deus têm sua origem no despertar pentecostal de 1900 nos EUA. Muitas pessoas saíram de diferentes igrejas evangélicas para formar novas congregações pentecostais. Em 1914 mais de cem destas novas igrejas se juntaram para formar esta nova organização religiosa.

A igreja do evangelho quadrangular foi fundada na década de 20 pela missionária canadense Aimeé Semple McPathersom, que passou da igreja batista para a pentecostal.

A igreja Deus é amor foi fundada por David Miranda em 1962.

A renascer em Cristo surgiu a alguns anos, fundada po Estevan Hernandez.

A igreja universal do reino de Deus surgiu em 1977, fundada por Edir Macedo.

Isto além de outras denominações menores que foram surgindo a partir dessa, cada uma delas sendo fundadas por homens, com diferenças em suas doutrinas e cultos. A pergunta é simples: Como o Espírito Santo poderia animar tantas divisões, Ele que é fonte de unidade? Como identificar a Igreja de Cristo?

No credo do Primeiro Concílio de Constantinopla (ano 381), são apresentados os traços que permitem reconhecer os sinais da Igreja de Cristo:

"Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica"
UNA : A Igreja deve ser UMA do mesmo modo como existe "um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,5). A intenção de Jesus Cristo foi fundar uma só Igreja.

SANTA : em virtude do seu fundador: Jesus Cristo. Foi ela que recebeu uma promessa fundamental:

"...as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).
Deste modo, a razão da própria existência da Igreja está em ser um instrumento de santificação dos homens: "Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade" (Jo 17,19).

CATÓLICA : porque foi estabelecida para reunir os homens de todos os povos, para formar o único povo de Deus: "Ide, pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).

APOSTÓLICA : porque está construída sobre o "fundamento dos Apóstolos..." (Ef 2,20). A garantia da legitimidade da Igreja está na continuidade da obra de Jesus por meio da sucessão apostólica. Tudo o que Jesus queria para a sua Igreja foi entregue aos cuidados dos apóstolos: a doutrina, os meios para santificação e a hierarquia. Quando surgiu a "expressão" Igreja católica?

A palavra católica em relação à Igreja foi usada pela primeira vez no segundo século da era cristã por Santo Inácio bispo de Antioquia, na carta dirigida aos esmirnenses: "Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Jesus nos assegura a presença da Igreja católica"(8,2).

Foi empregada para destacar o sentido universal da Igreja de Cristo. Aos poucos a palavra católica foi sendo usada para definir aqueles que estavam de fato seguindo a doutrina de Jesus. No final do século II, a igreja cristã já era conhecida como Igreja católica.

Qual é a única Igreja de Cristo?
Encontramos a resposta em uma afirmação do Concílio Vaticano II: "A única Igreja de Cristo(...) é aquela que nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar (Jo 21,17) e confiou a ele e aos demais apóstolos para propagá-la e regê-la (Mt 28,l8ss), levantando-a para sempre como coluna da verdade (1Tm 3,15)... Esta Igreja(...) subsiste na Igreja católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele" (LG 8).

Examinando os textos bíblicos já apresentados, somos levados a concluir que Jesus fundou somente uma Igreja.

A Pedro disse: "...sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18); apresentou-se como o bom pastor dizendo: "...haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 1016); na sua oração sacerdotal orou ao Pai: "...para que sejam um, como nós somos um... para que sejam perfeitos na unidade..." (Jo 17,22.23).

Jesus só pode ser a cabeça de um corpo, do mesmo modo como somente pode desposar uma noiva, assim como Deus teve somente um povo entre os vários povos.

Entretanto, a Igreja católica reconhece que nestes quase 2000 anos de cristianismo os homens, por causa de seus pecados, arranharam a unidade do Corpo de Cristo. Essas divisões fizeram surgir novas denominações. Observa a Igreja que em muitas delas existem "elementos de santificação e de verdade" (LG 8).

Fonte: http://www.veritatis.com.br/ 

Entrevista com Margareth (ex "pastora" protestante) Mensagem de força!


sábado, 14 de dezembro de 2013

PROTESTANTE, FILHO DE PASTORES, SE CONVERTE AO CATOLICISMO

O Chamo me , Manuel da Costa tenho 31 anos filho de Pais Pastores ,desde infância os meus Pais colocaram nos na Igreja e nos ensinaram a temer á Deus. Durante 22 anos vivi na Província de Cabinda(Angola) depois fui para a Capital Luanda(Angola) para fazer a faculdade de Engenharia Informática.

A minha irmã que me recebeu na Capital era da Igreja Pentecostal ,ela tinha um carinho aos Pastores Adventistas ela comprava Cassetes de Pregações e estudos de profecias sobre o apocalipse.

Mesmo não sendo Adventista achei interessante destas aulas,comecei a estudar grandemente estas matérias,até que no ano 2008 tomei decisão de receber o Batismo por imersão na Igreja onde o meu Pai era Pastor.

Comecei a participar ativamente na Igreja e a ocupar alguns cargos como secretário da Paróquia, comecei a ter um fanatismo aos pastores Adventista e repetia como um Papagaio de que o Santo Padre é a besta do Apocalipse 13 e a Igreja Católica era a babilônia descrito no apocalipse 17.

Cheguei a pensar que a Igreja Adventista é que prega a verdade, eu sinceramente comecei a desprezar todas Igrejas protestantes inclusive onde eu era membro,isto porque os estudos adventistas me convenceram do Sábado e da Mortalidade da Alma.

Muitas coisas sobre o Catolicismo que eu não sabia muito bem eu repetia sem que primeiro ter estudado o problema.

Conheci uma jovem Católica que atualmente é a minha esposa,eu a atacava sempre ,e ela humildemente não conseguia se defender mesmo tendo os sacramentos.

Me lembro uma vez fui a uma feira de livros da Religião ISLÂMICA onde encontrei um livro que mostrava a diferença entre o Cristianismo e o Islão,tentei debater com um Islâmico ele me derrubou com seus argumentos e fiquei sem respostas para defender o Cristianismo,ele me perguntou “porque é que os cristãos tem bíblias diferentes? Será que foi inspiração de Deus?” me falou dos concílios eu nem sabia o que era.

Esta vergonha que eu passei de não defender o cristianismo,me levou a estudar para saber como defender a religião cristã,surgiram muitas dúvidas na minha cabeça.

Comecei a procurar na Internet sites para estudo do cristianismo neste desespero cheguei até aos sites da: www.montfort.org.br, www.cleofas.com.br, http://www.veritatis.com.br/ http://macabeus.no.comunidades.net/ , http://sadoutrina.wordpress.com/ http://igrejamilitante.wordpress.com e comecei a ler a história do cristianismo,a historia do Cânon bíblico.

O que me surpreendeu mais é o nível de argumentos dos ex-protestantes comecei a encarar que os testemunhos de ex-protestantes eram mais sabias e com argumentos bíblicos e histórico,eu nem sabia oque era a Patrística…

O testemunho do Ex-Pastor Casanova me deixou perplexo com tamanha argumentação bíblica e da história do Cristianismo.

O vídeo que roda na Internet onde o Pe. Paulo Ricardo responde a um protestante que diz sobre a Babilônia descrito no Apocalipse, me lavou de toda ignorância que eu tinha aprendido dos Adventistas sobre o Apocalipse 17.

Naquele momento comecei a encarar o Protestantismo como uma religião caluniadora,que confunde a Igreja com os membros da Igreja.

Graças á Deus no dia 19 Agosto de 2011,casei na Igreja Católica com a minha esposa durante a celebração do matrimônio fiz a profissão de fé e pela primeira vez recebi a sagrada hóstia.

Meus queridos irmãos Protestantes e Católicos só existe uma verdade que vêem de Deus,pra saber esta verdade só é possível no Magistério da Igreja que são Paulo chama de Coluna da Verdade(I Timotéo 3:15-17).

Dizer que não existiu Igreja depois dos Apóstolos, e negar a história Cristã e negar todos os Pais da Igreja dos primeiros séculos.
“Papias, Policarpo, Inácio, Tertuliano, Justino, Irineu, Cipriano, Dionísio, Clemente, Euzébio de Cesaréia, Agostinho, Jerônimo entre outros”

Dizer que o Constantino fundou a Igreja Católica como eu pensava é ignorar a História do Cristianismo e jogar a bíblia no lixo.

“Antes do Edito de Milão de 313 já havia passado 32 Papas na História da Igreja, e o Papa do ano 313 era o PAPA Melcíades”

Dizer que a bíblia é palavra de Deus, só é possível pela Igreja,porque ela não veio do ceu por fax,foi discutido e confirmado nos concílios da Igreja Católica pelos Bispos (Concilio de Hipona 393,Cartago III 397)

Dizer que a Igreja apostatou é negar a Palavra do Nosso Senhor Jesus Cristo(Mateus 16:18) “As portas do inferno não prevalecer contra a Igreja”.
Dizer que todos podem interpretar a bíblia é falta de respeito a bíblia(2Pedro 1:20-21) “Nenhuma profecia é particular Interpretação ”.
Dizer que Lutero foi contra a Igreja é ser ignorante com a realidade da história,nas 95 teses Lutero não condena a Igreja nem tão pouco o Santo Padre,mas ele condenou os abusos que eram feito pelo alguns sacerdotes.

Vejamos as seguintes pontos das 95 teses de Lutero

“42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências

possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.”.

71. Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.

Se Lutero era inspirado por Deus,porque os protestantes reprovam as indulgências ,ja que ele mesmo afirma que é um verdade apostólica?
A premissa de que Lutero estava certo,isto abra marge de colocar Arius,Nestório,Pelagius, Montanu, Marcião como também homens inspirados. Felizmente são tido como hereges pelo cristãos Protestantes e quem os condenou foram os Papas.
Dizer que as 33 mil Igrejas existente são verdadeiras é falta de respeito a própria palavra de Deus(Efesios 4:1-6,I corintios 12-13,Joao 10:16,Joao 17:21-23).
Dizer que o concilio é uma obra dos homens e falta de respeito a palavra de Deus porque os apóstolos resolveram contradições doutrinárias nos concílios.(Atos 15).
Dizer que todos são inspirado pelo espirito Santo é falta de respeito a palavra de Deus.(Joao 16:13).

Dizer que não existe a primazia Petrina e Apostólica e falta de respeito a bíblia.
Mateus 16:16-18.(Decidir sobre a fé e a moral)

Mateus 18:18(decisão apostólica)

Lucas 22:31-32(Confirmar na fé os irmão=os irmão da Igreja).

João 21:15-17(Apascentar o rebanho =dirigir a Igreja).

Dizer que Deus Pai,Deus filho e Deus Espirito Santo são a favor a divisão é falta de respeito a Bíblia.(Romanos 16:17-18,Efésios 4:14).

Hoje sou Católico graças á Deus,com muita convicção, não duvido daquilo que o Magistério da Igreja ensina.Para não cair em heresias só dou ouvido ao que o Magistério ensina no Catecismo,documentos oficias da Igreja ,nas enciclias dos Papas,no missal ,porque Jesus disse “ Quem ouve o Magistério a Jesus ouve,e quem rejeitar o Magistério rejeita Jesus Cristo e consequentemente rejeita ao Deus Pai”(Lucas 10:16).

Agradeço a todos os Cristãos que me levaram a amar a Palavra de Deus e de conhecer a Santa Igreja Católica,os meus agradecimentos especias ao Professor Felipe Aquino, Cris Macabeus do site (as mentiras do apocalipse), Helen do site (igreja militante), Rafael do Site (sãdoutrina)

“Quem houve a Igreja jamais caíra no erro”,porque a Igreja é a coluna da Verdade (I Timotéo 3:15-17).